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18/02/2021

Diverticulite aguda: o que é e quais os sintomas mais comuns?

O divertículo normalmente não oferece riscos, mas a forma aguda da doença requer cuidado rápido



A diverticulite consiste na inflamação de divertículos, que são formados em qualquer parte do trato digestivo – intestino delgado, esôfago e estômago –, mas que são geralmente encontrados no intestino grosso. Eles são inofensivos até que desencadeiem a doença, porém, em muitos casos, as pessoas têm a enfermidade sem nem ao menos saber disso. Por isso, é importante que a diverticulite aguda seja identificada, para que seja tratada por um gastroenterologista e, consequentemente, previnam-se complicações como perfuração ou obstrução intestinal.

O que é diverticulite aguda?

Trata-se de uma alteração no intestino que se caracteriza por inflamação ou infecção dos divertículos (pequenos sacos ou pregas que se formam nas paredes do intestino) e ocorre principalmente em adultos com mais de 40 anos.  Acontece também, com mais frequência, em pessoas que têm prisão de ventre crônica ou que se alimentam com uma dieta pobre em fibras. A falta dessa substância no organismo faz com que as fezes fiquem desidratadas, o que prejudica sua liberação do intestino, proporcionando a formação de divertículos. Quando o organismo necessita de fibras, a pressão dentro do intestino aumenta, o que facilita a formação de hérnias. Fatores alimentares, portanto, podem favorecer igualmente a causa.

Outra razão que influencia o desenvolvimento da doença é que, com o passar dos anos, a musculatura lisa do cólon começa a perder a elasticidade, constituindo as hérnias ou os divertículos. Além disso, questões genéticas também devem ser consideradas. Por último, a diverticulite é uma inflamação que pode ter como causa uma perfuração induzida por alguma droga ou agressão ao cólon e está sujeita a complicações graves.

Alimentação para evitar a diverticulite

Uma boa alimentação é importante para a prevenção da formação de divertículos no intestino grosso ou até mesmo para impedir a recorrência de crises de diverticulite. Por isso, ter uma dieta rica em fibras é fundamental para manter um bom funcionamento do intestino, bem como beber bastante água, mastigar bem os alimentos e comer devagar.

A recomendação é a adoção de uma alimentação que inclua frutas (sem sementes), cereais, vegetais e pães integrais. Pessoas propensas ao desenvolvimento de divertículos devem evitar bolos e biscoitos, bebidas alcoólicas, frutas secas ou com fibras e cascas, aipo e bebidas com cafeína.

Já para quem está com diverticulite é indicado chá de camomila ou hortelã por causa de seu efeito calmante para o estômago e do auxílio na digestão. É fundamental lembrar que, apesar das dicas, apenas o médico está apto para avaliar a saúde de uma pessoa, diagnosticar doenças e indicar o tratamento. Não adote medidas sem antes consultá-lo.

Sintomas

A maior parte dos casos de diverticulite não apresenta sintomas, ou seja, a enfermidade é detectada por meio da realização de exames diagnósticos. Em alguns poucos casos, exibem os seguintes indícios:

  • enjoo e vômitos;
  • calafrios;
  • sangue nas fezes;
  • perda do apetite;
  • febre;
  • dor abdominal por vários dias;
  • diarreia ou prisão de ventre.

A gravidade da inflamação pode fazer com que a intensidade dos sintomas varie. A presença de sinais semelhantes aos citados anteriormente justifica a marcação de uma consulta com um gastroenterologista para que ele efetue diagnóstico e tratamento precisos e indique a realização de exames, como de sangue, ultrassonografia e tomografia do abdome.

Quando a diverticulite é grave?

Caso a diverticulite aguda não seja tratada logo no início, é possível que ocorram algumas complicações:

  • perfuração do intestino – uma complicação grave que causa intensa inflamação da região abdominal;
  • sangramentos intensos que podem aparecer nas fezes;
  • abscesso que pode provocar dores e risco de infecções mais graves;
  • formação de fístulas;
  • obstrução intestinal – inflamação que impede a passagem de líquidos e fezes e provoca cólicas abdominais, inchaço e vômitos.

O Dr. Guilherme Gava, cirurgião geral do Hospital Santa Paula, reforça: “Na maioria absoluta das vezes, o quadro de diverticulite é leve, no entanto, é possível que haja casos graves, quando a inflamação do divertículo provoca pequenas perfurações no intestino. Esse processo, em geral, evolui com a formação de pus ao redor do intestino –conhecido como abscesso –, que pode acontecer de forma grave, como infecção abdominal disseminada (peritonite).”.

Como é o tratamento da diverticulite aguda?

O tratamento da diverticulite é orientado pelo gastroenterologista, que leva em consideração a gravidade dos sintomas e a causa da inflamação, com indicação de analgésicos e anti-inflamatórios para aliviar o desconforto, além de tratar ou prevenir o desenvolvimento de infecções.

O especialista também poderá indicar mudanças na alimentação para o período de recuperação. E conforme os sinais forem diminuindo, o paciente retomará as refeições de rotina, priorizando alimentos ricos em fibras e uma dieta balanceada.

Segundo o Dr. Guilherme Gava, o tratamento da patologia depende da condição da inflamação, embora, nos casos de diverticulite grave, a maior parte dos pacientes recebe antibióticos e precisa fazer ajustes na dieta, porém, quando há má evolução, pode ser necessário realizar a punção de possíveis coleções de pus ou até mesmo proceder à cirurgia de emergência, recurso utilizado nos quadros mais graves.

O médico reforça ainda que, em caso de doença diverticular, o conhecimento do paciente sobre a condição e seu acompanhamento adequado com profissionais habilitados são importantes. O diagnóstico ocorre por meio de exame de colonoscopia, que faz parte das indicações de rotina do Ministério da Saúde para pessoas a partir dos 45 anos. O acompanhamento e a abordagem terapêutica da doença deve ser multidisciplinar, com participação do cirurgião do aparelho digestivo, proctologista ou gastroenterologista e nutricionista.

O Hospital Santa Paula realiza o acompanhamento ambulatorial de pacientes com doença diverticular, por meio de uma rede de profissionais envolvidos no processo, além de contar com uma equipe assistencial capacitada e tecnologia de ponta para o atendimento em pronto-socorro de episódios de diverticulite aguda.


Fonte: Dr. Guilherme Gava, cirurgião geral do Hospital Santa Paula.

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